EHHHH!!!! já me andaram aqui a dar umas intruções de blogues, para ver se isto fica mais compostinho; estou a ver é que vai ficando cada vez com mais gaijas, o que não me parece mal :)
" A culpa não é tua. Eu é que não devia ser assim; Sei muito bem que um canteiro Não pode ser jardim.
Devia contentar-me e não pedir Constantemente mais e sempre mais - Como se em ti houvesse a grande base Da minha interminável fantasia!
A culpa não é tua; Quis transformar o que era simpatia Num grande amor, numa paixão sem fim, E afinal, tropecei no idealismo Da minha embaciada lucidez; Sim, a culpa não é tua: Um canteiro não pode ser jardim, E eu tenho errado tanta vez!...
É justo que me veja desprezado Sem apego a mim próprio e sem ninguém! - Quem me manda abraçar o que não tem Alicerce que possa convencer - Espírito, carácter, compostura, E aumentar nesse abraço o infinito Da minha sensualíssima loucura?
Quero-te bem, no entanto. Adeus!, e continua No caminho da tua perfeição!
A vida não é mais - Perdoa esta banal imagem de amoroso, Que o reflexo de um ai na confusão De uma luta onde aquele que é vencido É o que tem razão."
António Botto
- " (...) e continua No caminho da tua perfeição!" lol é muito bom
Não tens corpo, nem pátria, nem família, Não te curvas ao jugo dos tiranos. Não tens preço na terra dos humanos, Nem o tempo te rói. És a essência dos anos, O que vem e o que foi.
És a carne dos deuses, O sorriso das pedras, E a candura do instinto. És aquele alimento De quem, farto de pão, anda faminto.
És a graça da vida em toda a parte, Ou em arte, Ou em simples verdade. És o cravo vermelho, Ou a moça no espelho, Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito Que traz consigo a força do que diz. És o jeito Que tem, antes de ser mestre, o aprendiz.
És a beleza, enfim. És o teu nome. Um milagre, uma luz, uma harmonia, Uma linha sem traço... Mas sem corpo, sem pátria e sem família, Tudo repousa em paz no teu regaço."